sábado, 26 de novembro de 2011

Nem preto, nem branco… Cinza! E agora, cadê o manual?!


Decisões geram resultados e desencadeiam uma série de ações. Inúmeras vezes procuramos tornar simples escolhas e decisões difíceis, por mais que elas não o sejam, a fim de torná-las claras, definidas, como branco e preto, porém nem sempre elas são ou branco ou preto, ou seja, podem ser cinzas. A forma como isso é encarado define como as pessoas se relacionam e trabalham dentro da organização.
Por conta das áreas cinzas, ou seja, da falta de clareza para a tomada de decisão, somos remetidos a diferentes direções e modelos de decisão, haja vista recursos, tempo, espaço, funções e pessoas, cultura, dentre outras coisas.

A postura do líder para tratar das áreas cinzas é vital para o sucesso deste. Lidar com esta situação e debater a respeito amplia a mente e permite a maximização do tema de forma mais abrangente, nos tornando aptos a sair da tática para estratégia quanto para possibilidades não examinadas e decisões rápidas para soluções de longo prazo.

Dentre outras coisas, liderança implica em entender e administrar complexidades, ao invés de adotar posturas clássicas de ou preto ou branco para a resolução dos problemas. Pensando nisso, Jerry Manas, em seu livro, “Gerenciando as “Áreas Cinzas” - Princípios essenciais para liderar pessoas, projetos e organizações” explora desafios enfrentados pelos lideras e traz uma série de normas, princípios e ferramentas para lidar com certas complexidades:

  1. Necessidades individuais x Metas organizacionais

  1. Generalistas x Especialistas

  1. Visão ampla x Foco localizado

  1. Estrutura x Flexibilidade 

  1. Vigilância x Delegação

  1. Aparência x Conteúdo

  1. Centralização x Descentralização

Estas questões serão direcionas com base na exploração de novos insights e na opinião de líderes experientes, a fim de examinar conceitos e ferramentas úteis no trato com complexidade, para então aprender a formular perguntas certas e estabelecer as prioridades mais acertadas.

Isso resulta na percepção de que liderança é abstrata e não concreta e que aplicação conjugada de ferramentas, normas e princípios é mais acertado do que a utilização de fórmulas unilaterais e de aplicação diversificada.

Lidando com áreas cinzentas, desenvolvemos sabedoria e não só conhecimento.

Já Voltaire disse: “Julgue um homem mais por suas perguntas do que por suas respostas.” O líder deve ser questionador, tem a obrigação de fazer perguntas, segundo Sócrates. Por isto, como nos mostraram os filósofos, é formulando perguntas acertadas e no estabelecimento das prioridades corretas que se pode obter sabedoria e não cobrando sempre perfeição ou acusar quem tem opiniões distintas.
É preciso se afastar dos pensamentos em branco e preto e conhecer tons de cinza.

É importante para todos nós estabelecer prioridades certas. Por isso, focalizar as prioridades nos auxilia a caminhar por áreas cinzentas constantemente desafiadoras. Esta definição permite clareza e foco para o líder e a equipe. Este foco nas prioridades ajuda na caminhada por áreas cinzas. Isto torna as prioridades reais. Para ter o foco centrado nas prioridades é preciso ter convicção de quais valores são importantes pra nós.

“SE NÃO TIVERMOS UM SENSO CERTO DE QUEM SOMOS, FICA DIFÍCIL ESTABELECER PRIORIDADES”


Aparentemente, a resposta parece simples para muitas destas áreas cinzas. Mas quando começam a ser tratados, podem haver muitas complexidades envolvidas no assunto. Com a adoção de princípio, segundo o livro de Manas, como: o exame das questões e assuntos que devem ser considerados em cada área cinza de modo a desenvolver uma solução integrada; exemplos sob múltiplas perspectivas; identificação de princípios que possam ser valorizados, ferramentas e técnicas para determinação das prioridades certas e promover os valores certos e na medida em que estes princípios nos tornaremos líderes melhores. Ao invés de adotarmos uma medida que sirva pra tudo, nós estaremos melhores equipados para lidar com complexidades do mundo atual ao estabelecer prioridades certas, que será o resultado de sabermos quem somos e para que servimos. Aprenderemos também a prever soluções rápidas formulando as perguntas certas. Aprenderemos a olhar os temais com um todo a partir de perspectivas mais amplas e com essas capacitações, estaremos mais capacitados a gerenciar as áreas cinzas efetivamente no mundo real.


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